Hoje pedalei cedo.
Uma garoa fina me acompanhou
Todo caminho.
Um sorriso aninhou.
Resquício de uma juventude
Relapsa e divertida.
Um deslize de barriga
Sem dores, só malícia.
O gelo dos braços
Pareciam toques,
Peles lisas que amassam
Aviões de papel.
Não plainam mais.
Rasante sou eu,
Aproveito minha idade,
A minha saudade.
Mas prefiro
A utopia
A nostalgia.
O ar frio nas ventas,
Os sons secretos nos ventos,
Rasgando entre meus prédios.
A magrela
Virou uma gordinha
Quem diria que nossa bateria
Poderia deixá-la tão pesada.
Telefone, minha casa.
Não me dou por vencido,
Invisto na gravidade zero
De um sonho pneumático.
Transformar o peso da bagagem
Em uma massagem
Para a dor nas costas.
A passagem na frente da lua,
Um absurdo em ritmo.
Passeio nas redondezas.
Rodar, escrever, ofício
Respirar fogos de artifício.
Publicado por Yuri Braga
Pai, publicitário, músico, produtor cultural e poeta original do ABC Paulista.
Histórias, ritmos e movimentos - tudo meu cabe nisso.
Ver todos os posts por Yuri Braga
Ar gelado nas narinas, sangue quente nas veias! Bicicleta é vida, presente, presente!